A Opas (Organização Pan-Americana da Saúde), órgão ligado à Organização Mundial da Saúde (OMS), emitiu uma atualização epidemiológica aos seus estados-membros devido ao aumento de anomalias congênitas e de ocorrência de Síndrome de Guillain Barré em áreas onde circula o zika vírus.
Ao todo, 18 países nas Américas registraram a transmissão interna de zika: Brasil, Barbados, Colômbia, Equador, El Salvador, Guatemala, Guiana, Guiana Francesa, Haiti, Honduras, Martinica, México, Panamá, Paraguai, Porto Rico, São Martinho, Suriname e Venezuela.
Nos Estados Unidos foram registrados dois casos da doença, mas de pacientes que foram infectados em outros países. O zika é transmitido pelo mosquito Aedes aegypti, mesmo vetor da dengue e da febre chikungunya.
No alerta, a Opas recomenda que os países estabeleçam e mantenham a capacidade de detectar e confirmar casos de infecção por zika e preparem seus serviços de saúde para responder a um possível aumento da demanda por assistência especializada a síndromes neurológicas.
A Síndrome de Guillain-Barré é considerada uma doença neurológica rara. Ela provoca fraqueza muscular, pode gerar paralisia em membros do corpo e até levar o paciente à morte. Segundo a Opas, em julho do ano passado, pelo menos 26 pacientes com histórico de sintomas compatíveis com a infecção por zika tiveram diagnóstico de Guillain Barré na Bahia.
Em novembro, a Fundação Oswaldo Cruz Pernambuco —
Centro de Pesquisas Aggeu Magalhães identificou infecções por zika em sete amostras de pacientes com síndrome neurológica.
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O vírus também está relacionado à microcefalia em recém-nascidos. No Brasil, já foram registrados mais de 3,5 mil casos suspeitos da má-formação ligados ao zika.
Na Polínésia Francesa, onde houve surto de zika entre 2013 e 2014, 74 pacientes apresentaram síndromes neurológicas ou autoimunes logo após terem manifestado sintomas compatíveis com a infecção pelo vírus. Desses, 42 foram classificados como Guillain Barré.
Em El Salvador houve um aumento incomum de casos de Síndrome de Guillain Barré no começo desse ano. Em média, o país registrava 14 casos por mês. Entre 1º de dezembro de 2015 e 6 de janeiro de 2016, foram registrados 46 casos da doença. Dos 22 pacientes para os quais havia informação disponível, mais da metade (54%) teve sintomas de infecção por zika.
Segundo a OMS, situações semelhantes em outros países das Américas estão em investigação. Os casos permitem fazer uma ligação temporal e espacial entre a circulação do zika vírus e o aumento de Síndrome de Guillain Barré. As formas como surgem e evoluem as doenças não foram identificadas, mas a OMS pede que os países organizem sistemas de vigilância para detectar aumentos incomuns de casos e preparem os serviços de saúde para o atendimento de pacientes com problemas neurológicos. A organização também recomenda o reforço das atividades de consulta e assistência pré-natal.
De acordo com a OMS, o zika vírus pode causar outras síndromes neurológicas, como meningite, meningoencefalite e mielite. Embora na região das Américas essas síndromes não tenham sido relatadas até o momento, serviços e profissionais de saúde devem estar alertas para as possíveis ocorrências.
Fonte: R7
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