Neste ano, o Brasil deu um passo drástico no esfriamento das relações com Israel, ao rejeitar a nomeação do embaixador Dani Dayan por conta das suas ideologias, o que levou Israel a prometer uma reação.
O governo brasileiro rejeita a aceitação do novo embaixador de Israel desde agosto, quando Dani Dayan foi nomeado por Tel Aviv, principalmente pelo fato de ele já ter presidido entre 2007 e 2013 o Conselho Yesha, que representa os 500 mil colonos israelenses em Jerusalém Oriental e na Cisjordânia, onde ele vive.
Ao longo de 12 anos do PT no governo, não foram poucas às vezes em que o Brasil demonstrou que sua diplomacia estava enfraquecendo e não é a primeira vez que o país se posiciona contra Tel Aviv. No ano passado o Itamaraty – por meio do Ministério das Relações Exteriores – criticou a ação de Israel na Faixa de Gaza como represália as investidas do grupo terrorista Hamas.
Na época Israel respondeu com aspereza contra a nota indigesta do Itamaraty, chamando o Brasil de “anão diplomático”. Agora, segundo Dayan, haverá uma reunião em resposta a negativa do Brasil em aceitar sua nomeação para a embaixada israelense com a cúpula do governo do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, onde deverá ser aprovado medidas diplomáticas em resposta ao governo brasileiro.
“Nesse debate, será apresentado um leque de medidas. Espero que, desse leque, sejam escolhidos passos significativos. Há até um mês, havia uma avaliação em Jerusalém de que o assunto seria resolvido e o melhor a fazer era manter o silêncio”, disse Dani Dayan.
Uma demonstração clara de que o país estaria seguindo as ideologias do Partido dos Trabalhadores é o distanciamento das grandes potências e o flerte com governos ditatoriais, como Bolívia e Venezuela. Durante o discurso de abertura da 69ª Assembleia-Geral da ONU, no ano passado, Dilma chegou a defender o grupo terrorista Estado Islâmico.
Apesar do governo brasileiro afirmar que a rejeição do nome de Dani Dayan como novo embaixador de Israel no país se deva ao fato de ele ser favorável aos assentamentos judaicos na Cisjordânia, o país se omite diante de flagrantes abusos dos seus aliados na América Latina.
Dayan afirma que sua nomeação está sendo rejeitada pelo Brasil por causa de sua ideologia e de onde ele mora, o que considera um preconceito, pois não cometeu nenhum tipo de crime para ser rejeitado. Ele acredita que a rejeição abriria um precedente para que outros moradores de colônias fossem impedidos de ocupar cargos diplomáticos pelo mundo.
Tzipi Hotovely, vice-ministra das Relações Exteriores de Israel, pediu no último domingo que o Brasil aceite a nomeação do ex-dirigente colono Dani Dayan como embaixador no país, porque o governo israelense não tem intenção de enviar outro diplomata a Brasília.
“Nunca houve na história de Israel uma situação na qual um embaixador não foi aceito por suas posturas ideológicas”, disse a vice-ministra em entrevista sobre “a crise diplomática” entre os dois países.
Fonte: Folha de SP
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