Ligações telefônicas interceptadas pelo Ministério Público Federal apontam indícios de que a construtora Odebrecht pagou propina ao ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa. Segundo os procuradores, entre julho de 2010 e fevereiro de 2013, o ex-diretor da Odebrecht Rogério Araújo ligou 135 vezes para Bernardo Freiburghaus, apontado como operador da construtora no esquema de desvio de dinheiro e pagamento de propina na estatal.
Os procuradores do MPF fizeram um cruzamento entre as datas das ligações entre Araújo e Freiburghaus e depósitos feitos nas contas de Paulo Roberto Costa, que ele mantinha no exterior. Segundo os procuradores, os intervalos entre os depósitos e as ligações não ultrapassa oito dias.
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Em uma das tabelas, por exemplo, há duas ligações, no dia 17 de maio de 2011. Um dia depois, a conta de Costa recebeu um depósito de US$ 750 mil. No dia 19 daquele mês de maio, foram enviados outros US$ 240 mil. No dia 23 de maio, as contas receberam depósitos que totalizaram outro US$ 1 milhão. Costa fez um acordo de delação premiada com a Justiça, em 2014. Uma das obrigações dele no acordo é devolver pelo menos US$ 23 milhões, que podem ter sido desviados da Petrobras.
Para os procuradores do MPF, o ex-diretor da Odebrecht Rogério Araújo não agia sozinho. Eles não acreditam que ele poderia ter feito pagamentos de mais de US$ 20 milhões para Costa.
Outro lado
O advogado que representa Paulo Roberto Costa disse que o cliente fez um acordo de colaboração pleno e que já entregou às autoridades todo o dinheiro que mantinha no exterior.
A Construtora Norberto Odebrecht declarou que desconhece completamente os fatos e o teor dos supostas ligações apontados e mais uma vez questionou o vazamento seletivo de informações. Para a empresa, esse “vício compromete o exercício do direito de defesa”.
O advogado de Rogério Araújo não foi localizado para comentar as informações.
Fonte: G1
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