Após um bloqueio de nove anos, as autoridades israelenses liberaram na quarta-feira (13/07) a travessia de Erez, que liga Israel ao norte da Faixa de Gaza, para a entrada de mercadorias e itens comerciais no território. Até o momento, apenas pessoas podiam passar por esta travessia.
Segundo um porta-voz da Cogat – Coordenadoria das Atividades do Governo nos Territórios Palestinos, órgão do Ministério da Defesa de Israel – medida foi tomada para facilitar o trabalho de importadores palestinos e, assim, ajudar a economia da Faixa de Gaza”, disse ele à AFP.
Uma associação de donos de veículos em Gaza disse à agência francesa que 110 veículos chegaram ao território palestino por meio de Erez no mesmo dia.
Em maio, o então ministro da Defesa israelense, Moshe Ya'alon, havia dito que a travessia seria aberta para auxiliar o fluxo de produtos para Gaza e aliviar o trânsito em Kerem Shalom, única travessia aberta para veículos comerciais até agora, ao sul do território palestino. Ya'alon renunciou ao cargo no fim daquele mês, alegando que “extremistas tomaram o controle de Israel” e citando desavenças com o primeiro-ministro do país, Benjamin Netanyahu, que tem recrudescido as medidas contra palestinos na região.
O bloqueio em Erez teve início em 2007. O governo de Israel afirmava que este era necessário para prevenir que o grupo palestino Hamas, que controla Gaza e é considerado terrorista pelos israelenses, se fortalecesse.
Israel interrompe serviço de correios para Gaza
De acordo com o jornal israelense Haaretz, a Cogat interrompeu nesta quinta-feira (14/07) o serviço de correios para a Faixa de Gaza devido a uma suposta tentativa do Hamas de contrabandear “itens usados para terrorismo” para dentro do território.
Os itens, entre eles rádios portáteis e facas, haviam sido enviados por correio e estavam chegando ao território palestino por meio da recém-aberta travessia de Erez.
Em entrevista ao Haaretz, alguns cidadãos da Faixa enxergaram a decisão de Israel como uma continuação da política de punição coletiva contra os palestinos.
Um dos entrevistados, cuja identidade não foi revelada, disse achar “estranho” Israel reclamar de itens perigosos sendo contrabandeados para Gaza por meio de um serviço tão fortemente monitorado pelas próprias autoridades israelenses.
O serviço de correios para a Faixa de Gaza foi interrompido em 2007, no mesmo ano em que foi imposto o bloqueio de Erez, mas foi retomado no ano passado. A Autoridade Nacional Palestina e o Hamas ainda não se pronunciaram sobre este novo congelamento.
Fonte: Opera Mundi.
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