28 de maio de 2016

Os mistérios que vêm do século I

A Revista VEJA, de 21 de dezembro de 2005, traz uma crítica contra os quatro evangelhos da nossa Bíblia, lançando dúvidas sobre sua autenticidade. Diz a revista  
“A HISTÓRIA DO NOVO TESTAMENTO MOSTRA POR QUE SUA INTERPRETAÇÃO DEPENDE DA FÉ DE CADA UM” .Diz o artigo em seguida: “O Novo Testamento é praticamente a única fonte histórica sobre os primórdios do Cristianismo. Mas até que ponto se pode confiar em seus relatos?” Diz mais: “É praticamente impossível saber quem de fato foi Jesus tomando como base apenas os Evangelhos, porque eles foram escritos de acordo com a visão de seus autores sobre os acontecimentos, diz o historiador americano Lute Timothy Johnson, autor do livro “Os Textos do Novo Testamento” .

Pergunta: Qual a sua opinião sobre os conceitos que aí estão, procurando desacreditar o registro do Novo Testamento e especificamente dos evangelhos?

Resposta do Pr. Natanael: Um livro histórico – como são os evangelhos – merece credibilidade quando reúne três condições básicas: ser autêntico, verídico e íntegro. Quer dizer, que o livro foi escrito na época e pelo autor a que se atribui – autenticidade; que o autor do livro conheceu os acontecimentos a que se refere e não quer enganar seus leitores – veracidade; e por último, que chegou até nós sem alteração substancial – integridade.

E os evangelhos são autênticos, em primeiro lugar, porque só um autor contemporâneo a Jesus Cristo, ou discípulo imediato seu, poderia escrevê-los. Levando-se em conta que no ano 70 Jerusalém foi destruída, e a nação judaica desterrada em massa, dificilmente um escritor posterior, com os meios que então havia, tenha podido descrever os lugares, ou de modo similar os hebraísmos, que figuram no grego vulgar em está redigido quase todo o Novo Testamento, ou inventar as descrições que aparecem, tão ricas em detalhes históricos, topográficos é culturais, que foram confirmadas pelos sucessivos achados arqueológicos e os estudos sobre outros autores daquele tempo. Os fatos mais notórios da vida de Jesus são perfeitamente comprováveis mediante outras fontes independentes de conhecimento histórico.

Com respeito à integridade dos evangelhos, nos encontramos frente a uma situação privilegiada, pois desde os primeiros tempos os cristãos fizeram numerosas cópias em grego e latim, para o culto litúrgico e a leitura e meditação das Escrituras.

Graças a isso, são abundantíssimas as testemunhas documentais do Novo Testamento na atualidade. São conhecidos mais de 6.000 manuscritos gregos; há, além disso, uns 40.000 manuscritos de traduções antiquíssimos em diversas línguas (latim, copta, armênio etc.), que dão fé ao texto grego que esteve à vista dos tradutores; e a tudo isto deve-se acrescentar as quentíssimas citações do evangelho por escritores antigos.

Pergunta: Que outras razões poderiam ser aduzidas de que é verdade o que contam os Evangelhos?

Resposta do Pr. Natanael: O fato de terem morrido, por serem fieis aos ensinamentos dos evangelhos, outorga a essas pessoas uma forte garantia de veracidade (pelo menos se conhecem poucos mentirosos que tenham morrido para defender suas mentiras).

Por que não foram corrigidas, ou ao menos suavizadas um pouco, as passagens mais delicadas? Que razões há, por exemplo, para que se narre a traição e dramática morte de Judas, um dos doze apóstolos, escolhido pessoalmente por Jesus Cristo? Os evangelistas estavam obrigados a respeitar a verdade, porque do contrário as falsificações seriam denunciadas por seus contemporâneos. Os cristãos foram naqueles tempos objeto de escárnio, considerados loucos, mas não se colocou em discussão que aquilo que ensinavam não correspondia à verdade do que sucedeu.

Além disso, dificilmente os evangelistas teriam idealizado episódios como a fuga dos apóstolos na morte de Jesus , a tripla negação de Pedro, as palavras de Cristo no Horto das Oliveiras ou sua exclamação na cruz “Meu Deus, meu Deus, por que me abandonaste?”, fatos que ninguém teria ousado escrever se não tivessem sido escrupulosamente reais, tão contrários eram à ideia de um Messias, vitorioso e potente, arraigada à mentalidade judaica da época.

Pergunta: Quais os argumentos usados pela Revista VEJA, quando lança uma pergunta atrevida, qual seja ‘até que ponto se pode confiar nos relatos dos Evangelhos’?

Resposta do Pr. Natanael: A maioria dos argumentos com que estes últimos séculos têm se dirigido, contra a veracidade dos evangelhos, parecem ditados por um preconceito ideológico. E toda essa forte crítica, que em alguns momentos pareceu por em crise a fé, tratando de eliminar a sua base histórica, tem conseguido apenas , como resposta, fortalecê-la. Um grande número de sucessivos descobrimentos foram varrendo pouco a pouco toda a nuvem de hipóteses que tinham se formado contra ela. Seria bom lermos Lucas 1.1-4: “Tendo, pois, muitos empreendido por em ordem a narração dos fatos que entre nós se cumpriram, segundo nos transmitiram os mesmos que os presenciaram desde o princípio, e foram ministros da palavra, pareceu-me também a mim conveniente descrevê-los a ti, ó excelente Teófilo, por sua ordem, havendo-me já informado minuciosamente de tudo desde o princípio, para que conheças a certeza das coisas de que já estás informado”.
Fonte: Apologéticacristã

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