27 de maio de 2016

Noticia: Médicos venezuelanos completam 72 horas em greve de fome contra crise

Um grupo de médicos venezuelanos, residentes do Hospital Universitário de Los Andes (HULA), no estado de Mérida, completou nesta quinta-feira 72 horas em greve de fome para exigir ações das autoridades frente à crise sanitária no país caribenho.

"É uma greve de fome que iniciamos na segunda-feira, 23 de maio, e estamos há mais de 72 de horas em jejum. Inicialmente começamos seis e atualmente somos dez médicos", disse à Agência Efe Miguel Cancini, um dos médicos em greve de fome no centro de saúde público.

Segundo declarou, entre os dez manifestantes se encontram duas mulheres e o presidente da Federação Médica Venezuelana, Douglas León, que manterá o jejum por pelo menos 12 horas.

Cancini explicou que a medida foi tomada depois de três meses de protestos exigindo às autoridades sanitárias e governamentais que atendam a situação que assola o setor saúde do país caribenho.

Especificamente, "a falta de materiais, a carência que temos, porque não contamos com os requerimentos mínimos" para poder prestar os serviços, denunciou.

O médico garantiu que, apesar das reiteradas reivindicações que fizeram às autoridades locais e nacionais, não receberam nenhuma resposta.

A reivindicação de Cancini coincide com a de vários dirigentes da oposição venezuelana que reivindicam das autoridades a ajuda oferecida por algumas organizações internacionais e vários países para aliviar a crise de remédios e materiais médicos.

"Ao senhor (presidente da Venezuela) Nicolás Maduro Mouros pedimos que aceite a ajuda humanitária; atualmente os pacientes estão morrendo por falta de soluções para hidratar", afirmou Cancini.

A Assembleia Nacional discutiu hoje a situação destes médicos e aprovou um acordo no qual se solidarizam com os profissionais de saúde desse hospital e se designa uma comissão que visitará o centro de saúde.

Em janeiro deste ano, o parlamento declarou uma "crise humanitária de saúde" pela escassez de remédios que existe no país, ao mesmo tempo em que instou o Executivo a solicitar ajuda humanitária.

Esta decisão foi rejeita pela bancada governista por considerá-la um convite à intervenção estrangeira.
Fonte: EFE.


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