Hoje, dia 5 de março, é o Dia Mundial da Oração. Você vai conhecer a história de uma nigeriana que conduziu um grupo de mulheres sequestradas a orar e a crer que Deus agiria em favor delas. E Ele agiu. Comfort* é uma viúva cristã de 50 anos de idade. Quando o Boko Haram tomou sua cidade, em outubro de 2014, os soldados mataram seu marido, que na ocasião era um jovem de 25 anos. Comfort foi sequestrada pelo grupo extremista. Durante uma visita à viúva, a equipe da Portas Abertas ouviu sua história emocionante. Tudo começou quando ela ouviu pessoas gritando desesperadas e tiros por todos os lados. Sua aldeia havia sido invadida, então ela correu para a casa dos vizinhos, sem saber o que fazer. Mas seu marido colocou toda a família no carro e tentou fugir, porém em poucos instantes, o carro foi cercado por dezenas de soldados, que mandaram eles descer rapidamente. Seus filhos gêmeos, Jerry e Eric tiveram que se deitar no chão.
"Eu estava desesperada, não conseguia ver mais nenhum deles. Quando ouvi o barulho dos tiros, pensei que estavam atirando para o ar, para nos assustar, mas eles estavam matando minha família toda. Naquele momento, eu perdi meu marido e meus dois filhos", lembra ela com tristeza. "Me jogaram para dentro de um carro, com outras mulheres, e nos levaram embora. Entre nós havia 12 mulheres solteiras e 8 casadas, além de 10 crianças com idades entre duas semanas e 9 anos. Eles nos colocavam em várias casas, e transferiam a cada semana. Diferentes grupos chegavam e tentavam nos fazer mudar de religião. Eles sabiam que éramos todos cristãos. Mas o que tínhamos a perder, eles já tinham matado a nossa família, por que iríamos negar Jesus? Então eles mandaram que os cristãos ficassem de um lado e aqueles que negassem a Cristo ficassem de outro. Mas todos nós escolhemos ficar ao lado dos cristãos, ninguém negou o nosso Salvador", revela Comfort.
A viúva conta que um dos soldados então gritou: "Onde está o seu Jesus agora? E as mulheres responderam: "Ele vive em nossos corações e está entre nós, Ele nos salvará". A intimidação foi intensa. "Eles mandaram que fizéssemos uma fila e afiaram seus facões na nossa frente. Depois de um tempo, deram alguma comida e água e nós comemos para nos manter de pé, mas na maioria do tempo, ficávamos sempre em oração. O que mais pedíamos era para que eles não enxergassem nossa feminilidade, pois nós já tínhamos ouvido muitas histórias terríveis do que eles faziam com as mulheres sequestradas, pedíamos também para que não colocassem drogas em nossa comida e para que Deus confundisse a mente deles. E Ele ouviu todas as nossas orações", lembra a cristã.
Depois de um tempo, os soldados decidiram que não valia a pena levá-las para Sambisa, pois elas estavam resistindo à intimidação deles e isto seria uma má influência para as outras mulheres que estavam na floresta e que já tinham aceitado seguir o islã. "Eles disseram que nos levariam para outro campo, e então seríamos escravas. Mas depois de quatro semanas de cativeiro, conseguimos escapar e fomos para as montanhas, onde ficamos escondidas por dois dias. Havia outros cristãos lá, então pudemos ajudar uns aos outros. Em pouco tempo, fomos encontrando alguns familiares e amigos, e sobrevivemos, para a glória de Deus", finaliza Comfort.
Desde 2009, o Boko Haram tem agido violentamente no norte e no centro da Nigéria, o que levou o governo nigeriano a anunciar estado de emergência em várias regiões. Até o ano de 2014, eles foram os causadores da maioria das mortes violentas no país, de acordo com o Índice de Terrorismo Global, e em 2015, foi considerado o grupo terrorista mais mortal. O objetivo do grupo é instaurar o Estado Islâmico, através da lei sharia que não tolera o cristianismo. O impacto sobre a igreja tem sido muito maior do que o previsto. Ore por essa nação e por todos os cristãos nigerianos que enfrentam a pior perseguição religiosa de todos os tempos.
*Nome alterado por motivos de segurança.
Nenhum comentário:
Postar um comentário