A análise foi apresentada nesta quinta-feira, 3, pela diretora-geral da entidade, Margaret Chan, em um debate na ONU.
"Mais da metade da população mundial vive em áreas onde os mosquitos Aedes aegypti, o principal vetor de zika, dengue e chikungunya, estão presentes", disse.
"A elevação de temperaturas ameaça expandir esse espaço geográfico ainda mais." Nesta quinta-feira, 2, um grupo de pesquisadores brasileiros apresentou em Brasília o estudo Riscos de Mudanças Climáticas no Brasil e Limites à Adaptação, em que também abordam a situação do Aedes.
Para ela, em termos de saúde pública, as mudanças climáticas podem ser "a questão decisiva" no século 21. "Os humanos são, sem dúvida, a espécie mais ameaçada pelas mudanças climáticas", insistiu Margaret.
Segundo ela, a OMS estima que 7 milhões de mortes acontecem a cada ano por conta da poluição do ar. A elevação das temperaturas só deve incrementar esse problema. "2015 já foi o ano mais quente da história e, em 2016, devemos bater o recorde de novo", disse. "Surtos de cólera explodiram."
Para a diretor-geral, "mudanças climáticas deram para a dengue uma expansão de sua área geográfica". "E agora pode acontecer o mesmo com a malária.
Especialistas apontam que, até 2050, as mudanças climáticas podem causar 250 mil mortes adicionais por ano, além de malária, diarreia, ondas de calor e má nutrição", apontou.
Em seus debates internos, a OMS tem aproveitado a onda de surto de vírus zika pelos países latino-americanos para reforçar as pesquisas sobre o Aedes. Para os departamentos que se ocupam há anos da dengue dentro da OMS, porém, o reconhecimento do problema é "tardio".
A OMS tem sugerido que governos latino-americanos reforcem o controle sobre o mosquito, insistindo em planos detalhados e na necessidade de que as iniciativas sejam mantidas por um longo período.
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Fonte: Estadão.
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