Margaret Chan fez os comentários ao final de sua visita de dois dias ao país.
"As coisas podem piorar antes de melhorar", disse Chan em entrevista coletiva no Rio de Janeiro. "Não ficaria surpresa em ver o relato de microcefalia em outras partes do Brasil." Até o momento, o surto de Zika tem se concentrado na região Nordeste.
Muito ainda permanece desconhecido sobre o Zika, incluindo se o vírus realmente provoca microcefalia, uma má-formação cerebral que pode resultar em problemas de desenvolvimento. Chan ressaltou que os cientistas ainda estão trabalhando para determinar a causalidade entre o vírus e o problema de nascença.
O Ministério da Saúde anunciou nesta semana que confirmou mais de 580 casos de microcefalia, e considera que a maioria deles está relacionado a infecções por Zika nas mães. O país também investiga mais de 4.100 casos suspeitos de microcefalia.
O ministro da Saúde, Marcelo Castro, ressaltou a importância das parcerias para combater o mosquito Aedes aegypti, transmissor do Zika.
“Estamos fazendo parcerias com institutos de pesquisas nacionais, como a Fiocruz, o Instituto Butantan e o Instituto Evandro Chagas, mas também buscamos nesse momento estreitar os nossos laços com organismos internacionais, como a OMS e OPAS, para encontrar novas tecnologias para o combate ao mosquito”, disse.
Depois do Brasil, a Colômbia é o país mais atingido pelo Zika vírus. Na quarta-feira, autoridades de saúde do país relataram um caso provável de microcefalia possivelmente ligado ao Zika em um feto abortado.
A OMS declarou o surto de Zika uma emergência de saúde internacional em 1º de fevereiro, citando uma "forte suspeita" da relação entre a infecção por Zika na gravidez e microcefalia. Os cientistas também estão estudando uma possível ligação entre o Zika e síndrome de Guillain-Barré, uma doença neurológica rara que pode enfraquecer os músculos e causar paralisia.
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