A tia de Alan Kurdi, o pequeno menino sírio morto afogado em setembro passado em uma praia turca, manifestou sua indignação com uma charge de seu sobrinho nas páginas do jornal satírico francês “Charlie Hebdo”.
A foto de Alan (inicialmente identificado pela imprensa mundial como Aylan) chocou o mundo e virou símbolo da crise humanitária dos refugiados sírios.
Ocupando metade de uma página dupla do último número da revista, a charge assinada pelo editor Riss mostra um homem correndo atrás de uma mulher sob o seguinte título: “Migrantes: no que teria se transformado o pequeno Alan se tivesse crescido?”.
O próprio Riss responde, com a legenda “Apalpador de bundas na Alemanha” (tradução livre de “Tripoteur de fesses en Allemagne”), em uma referência às agressões sexuais registradas neste país na noite de Ano Novo. Segundo as denúncias, a maioria dos suspeitos seria de refugiados.
A Alemanha foi o país europeu que acolheu o maior número de refugiados sírios até agora.
“É nojento, mas vamos ignorar”, publicou Tima Kurdi, a tia do pequeno Alan, em sua conta no Twitter. Ela mora no subúrbio de Vancouver, no oeste do Canadá, país que recebeu, na condição de refugiados, seu irmão, a mulher dele e os três filhos.
Em entrevista à televisão pública CBC, Tima Kurdi falou da dor da família.
“Desejo que as pessoas respeitem a dor da nossa família, que não é mais a mesma desde a tragédia”, desabafou.
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“É injusto nos fazerem mal de novo”, completou Kurdi, imaginando a dor sentida por seu irmão, Abdallah, pai do menino afogado.
A charge deflagrou duras críticas nas redes sociais. Em Paris, questionada pela AFP nesta quinta-feira (14), o jornal não quis comentar a polêmica.
Fonte: G1
A charge deflagrou duras críticas nas redes sociais. Em Paris, questionada pela AFP nesta quinta-feira (14), o jornal não quis comentar a polêmica.
Fonte: G1
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