Um professor francês do jardim de infância, que afirmou ter sido esfaqueado em sua sala de aula por um simpatizante da organização terrorista do “Estado Islâmico” (EI), admitiu nesta segunda-feira (14) aos promotores que inventou a história. A informação foi publicada pelo periódico alemão ‘Deutsche Welle’ (DW).
O homem de 45 anos, funcionário de uma escola em Aubervilliers, a nordeste de Paris, tinha sido hospitalizado com leves ferimentos a faca, alguns destes no pescoço.
Mais cedo, ele havia afirmado que um homem vestindo um macacão e uma balaclava (gorro que encobre o rosto quase por completo) o atacou com um estilete e uma tesoura enquanto estava se preparando para dar sua primeira aula do dia. O professor havia acrescentado que o homem gritou “este é o Daesh, este é um aviso”. Daesh é o acrônimo árabe para o EI.
Promotores comunicaram que ainda estavam questionando o professor, cujas lesões não foram consideradas de risco de morte, sobre o motivo de ter se automutilado e mentido às autoridades. “Ele está sendo interrogado, com a intenção de apurar as razões para esta história inventada”, informou a agência de notícias Reuters, citando uma fonte do judiciário francês.
Com a França ainda sob os efeitos dos atentados coordenados de Paris, e com o “Estado Islâmico” convocando ataques contra escolas francesas, o inquérito foi prontamente assumido pela promotoria antiterrorismo. O caso inclusive desencadeou uma visita do ministro da Educação, Najat Vallaud-Belkacem, que prometeu aumentar a segurança nas escolas do país.
Em sua edição de novembro, a revista em língua francesa do “Estado Islâmico”, Dar-al-Islam, havia convocado seus seguidores a matar professores no sistema de ensino francês, descrevendo-os como “inimigos de Deus”.
“Esta educação, no caso particular da França, é um meio de propaganda utilizado para impor a maneira corrupta do pensamento estabelecido pela maçonaria judaica”, dizia o texto. “Muçulmanos precisam ter ciência de que o sistema educativo francês é construído contra a religião e o islã, sendo a única religião da verdade, não pode coabitar com este secularismo fanático.”
Em março de 2012, o extremista Mohamed Merah matou três crianças e um professor do lado de fora de uma escola judaica no sudoeste da França. Nos ataques, Merah também matou três soldados franceses.
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Fonte: DW
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