16 de novembro de 2015

Notícia - Lava Jato: começa 20ª fase e PF mira ex-funcionários da Petrobras

Nova etapa começou manhã desta segunda-feira (16) no RJ e na BA. Ex-funcionários da Petrobras são alvos desta fase, batizada de Corrosão

A Polícia Federal (PF) realiza desde a madrugada desta segunda-feira (16) a 20ª fase da Operação Lava Jato no Rio de Janeiro e Bahia. A Justiça expediu 18 mandados, sendo dois de prisão temporária, 11 de busca e apreensão e cinco mandados de condução coercitiva, quando a pessoa é obrigada a prestar depoimento.

As cidades onde os mandados serão cumpridos são Rio de Janeiro, Rio Bonito, Petrópolis, Niterói, no Rio de Janeiro, além de Salvador, na Bahia. Às 8h30, a PF informou que os mandados de prisão já tinham sido cumpridos. Até este horário, os nomes não tinham sido divulgados.

A atual fase foi batizada de Operação Corrosão e tem como alvo ex-funcionários da Petrobras. Eles são investigados por receber valores indevidos de representantes de empresas com contratos relacionados às refinarias Abreu e Lima, em Pernambuco, e Pasadena, nos Estados Unidos, segundo a PF.

Os crimes investigados são corrupção, fraude em licitações, evasão de divisas e lavagem de dinheiro, dentre outros crimes em apuração.

Ainda de acordo com os policiais, as investigações também apontam a atuação de novo operador financeiro identificado como facilitador na movimentação de recursos indevidos pagos a integrantes da diretoria de Abastecimento da Petrobras.

A prisão temporária tem prazo de cinco dias e pode ser prorrogada pelo mesmo período ou convertida em preventiva, que é quando o investigado fica preso à disposição da Justiça sem prazo pré-determinado. Os presos serão levados para a Superintendência da PF, em Curitiba.

Investigação sobre as refinarias

Os investigadores da Operação Lava Jato acreditam que as obras da Refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, podem ter custado até 20% a mais do que deveriam. Para eles, parte do valor do sobrepreço foi usado para repasses a políticos e partidos.

A investigação nos documentos do consórcio, liderado pela construtora Camargo Corrêa, durou cerca de três meses. Os investigadores analisaram extratos, movimentações financeiras e e-mails.

Conforme os documentos, a corrupção nas obras de Abreu e Lima foi cinco vezes maior que em outros contratos investigados na Lava Jato. De acordo com vários delatores e com relatórios da própria Petrobras, em outros casos, o desvio chegava em média a 3% dos contratos.

Apenas no contrato de montagem, construção, fornecimento de suprimentos e aditivos das unidades de coqueamento retardado foram pagos R$ 648 milhões a mais ao consórcio, segundo um laudo que consta no processo. Para chegar a essa conclusão, os investigadores analisaram preços que o consórcio pagava a fornecedores e os valores que revendia à Petrobras. Em alguns casos, o “lucro” do consórcio chega a 1.600%.

A refinaria de Pasadena, no Texas, é uma unidade de refino de petróleo que está localizada no Houston Ship Channel, umas das vias navegáveis mais importantes dos Estados Unidos. A compra pela Petrobras, em 2006, levantou suspeitas de superfaturamento e evasão de divisas na negociação.
Fonte: G1

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