16 de novembro de 2015

Notícia - Médicos salvam mãe e bebê com cirurgia delicada, após recusa de ‘aborto terapêutico’

Como prova de que milagres acontecem, o site do ‘O Globo’, publicou matéria em que conta que uma equipe multidisciplinar do Hospital dos Servidores do Estado (HSE), liderada pelo cirurgião cardíaco Olívio Souza Neto, realizou uma cirurgia invasiva por vídeo, em uma paciente que se recusou a realizar um aborto terapêutico.

Com estenose mitral grave, a paciente Fabiana Felisberto, grávida de 14 semanas, não podia levar a gestação adiante, sob risco de morrer junto com o bebê. Todas as indicações eram de aborto terapêutico, mas ela disse não e foi firme em sua decisão. Diante da recusa da mãe, os médicos optaram, junto com ela, por uma operação diferente sob vários aspectos, para salvar a mãe e, talvez, o bebê.

Hoje, já com seis meses, Enzo está tão forte quanto a mãe. A experiência — inédita no mundo, segundo a equipe médica — deve ser publicada em revistas de referência e será contada noAmerican Association for Thoracic Surgery AATS Cardiovascular Valve Symposium 2015, um congresso americano que, pela primeira vez, acontece no Brasil, dias 20 e 21 de novembro.

Na matéria do ‘O Globo’, Souza Neto, chefe do serviço de cirurgia cardíaca do HSE, afirmou que ao encontrar com Fabiana a mesma pediu que ele não a tentasse convencê-la a tirar o bebê, porque ela acreditava que daria tudo certo. “Eu disse que ela poderia não aguentar, mas, de fato, a cirurgia ocorreu sem a menor intercorrência. Há coisas que não conseguimos explicar”, disse o médico.

Aos 14 anos Fabiana descobriu uma doença no coração, depois que uma forte dor de garganta se transformou em febre reumática e atingiu o coração. Aos 20 anos ela teve uma aborto espontâneo de gêmeos. E mesmo que um problema não estivesse relacionado com o outro, abortar novamente não era uma opção para a jovem mãe de 26 anos que pertence a Igreja Palavra Viva, em Belford Roxo (RJ) .

Na matéria do ‘O Globo’, Fabiana afirmou que “se Deus quiser levar meu filho durante a cirurgia, tudo bem, mas não vou fazer nada antes”. Ela declarou que tudo foi obra de um milagre e agradeceu pela vida do médico David Esteves, o cardiologista responsável pela unidade materno-fetal do HSE.

O doutor David explicou que recebeu Fabiana em seu consultório com a indicação de aborto terapêutico como condição para a cirurgia. Mesmo que a orientação fosse pelo aborto, a decisão deveria ser coletiva. “As decisões têm que ser compartilhadas, é uma pessoa que está ali. E, neste caso, a grande decisão foi dela”, observa ele.

Após uma delicada cirurgia, que durou cinco horas, Fabiana ficou internada por 15 dias. Teve anemia, precisou fazer transfusão de sangue e ainda enfrentou uma pneumonia.

Enzo nasceu dia 29 de abril deste ano, uma cesárea na 38ª semana. E Fabiana está ótima, até dança no grupo da igreja. A cicatriz da cirurgia é imperceptível.
Fonte: O Globo

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