Um dos métodos mais eficientes usados por militantes do Estado Islâmico (EI) para convencer jovens a viajarem para a Síria é o contato por meio das redes sociais. Foi assim que dezenas de meninas de diferentes partes do mundo deixaram tudo para trás para realizar o sonho jihadista.
A estratégia, contudo, se mostrou furada depois que um grupo de adolescentes na Chechênia teria usado a aproximação para benefício próprio. É o que informa o canal de televisão russo Life News, que entrevistou três meninas desta região predominantemente muçulmana e que se envolveram no esquema.
De acordo com uma das jovens, que não se identificou por razões de segurança, tudo começou quando um homem se aproximou de uma delas via internet há alguns meses. Depois de algumas conversas, o homem, que seria ligado ao EI, teria então perguntado se ela não toparia ir para a Síria, “um lugar muito legal”.
“Eu disse a ele que não tinha dinheiro e então ele me enviou 10 mil rublos (cerca de 560 reais)”. Assim que o dinheiro caiu, ela o bloqueou das redes sociais. O sucesso do golpe animou as amigas, que entraram na jogada e começaram a ludibriar os recrutadores. Ao todo, contaram, juntaram doze mil reais.
As meninas logo chamaram a atenção das autoridades que monitoravam a internet e elas acabaram detidas para prestarem esclarecimentos sobre as suas atividades nas redes sociais e os contatos com estes homens.
Um agente do governo russo ouvido pelo canal lembrou que o envio de dinheiro é uma prática comum, já que os militantes do EI arriscariam ser presos se tentassem comprar as passagens pessoalmente. “De todo o modo, eu não recomendo que alguém tente se corresponder com estes perigosos criminosos, ainda mais para conseguir dinheiro”, disse.
EI na Rússia
Segundo estimativas do serviço secreto russo, divulgadas pelo site RIA Novosti, 1.700 cidadãos do país podem estar hoje na Síria ou Iraque lutando ao lado dos extremistas. O número fez com que o governo decidisse por se engajar na luta da coalizão, especialmente quando o tema é a radicalização de jovens.
Fonte: Exame
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