Em abril, a ‘Veja’ revelou que o ex-presidente da OAS, quando estava preso, já examinava a possibilidade de se tornar delator na Operação Lava Jato e, atrás das grades, anotava em um pedaço de papel histórias que poderiam ser contadas sobre suas relações com Lula e o poder. Dias depois, Pinheiro foi procurado por um carcereiro em sua cela no Complexo Médico-Penal do Paraná. Enquanto recebia a bandeja com a comida, Léo Pinheiro entendeu que o agente disse que seria melhor ele passar a dormir de olhos abertos. Conselho ou ameaça, o que se sabe é que a frase do carcereiro assustou bastante o preso.
Libertado da prisão preventiva pelo Supremo Tribunal Federal (STF), Léo Pinheiro contou esse episódio a familiares durante uma discussão sobre a conveniência de fechar o acordo de delação premiada. A família o estimulou a fazê-lo. Os fatos também. Defendido por três renomadas bancas de advogados em Brasília, São Paulo e Curitiba, Pinheiro viu naufragar todas as estratégias jurídicas empregadas por seus defensores para livrá-lo da Lava Jato. O impacto da delação premiada nas sentenças aplicadas até aqui também serviu de motivação. Na semana passada, na primeira condenação de executivos de grandes empreiteiras, Dalton Avancini e Eduardo Leite, da Camargo Corrêa, receberam uma pena de quinze anos de prisão, mas, em razão do acordo de colaboração, ficarão poucos meses em prisão domiciliar e, logo depois, passarão ao regime aberto, sendo obrigados a permanecer em casa apenas à noite e nos fins de semana. O outro executivo da Camargo Corrêa condenado, João Ricardo Auler, que não fez delação premiada, foi condenado a nove anos e seis meses de prisão em regime fechado.
Fonte: Veja
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