Para ex-presidente, PT está velho, viciado em poder, apegado a empregos e vitórias eleitorais e perdeu capacidade de gerar sonhos
Menos de dez dias depois de o PT realizar seu 5º Congresso Nacional, em Salvador, onde decidiu manter o status quo partidário frustrando os setores que esperavam por mudanças radicais, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez uma das mais duras críticas públicas à legenda que ajudou a fundar há 35 anos e o levou ao poder nacional.
Em palestra ao lado do ex-primeiro-ministro da Espanha Felipe Gonzalez, Lula disse que o PT está velho, viciado em poder, apegado a cargos, empregos e vitórias eleitorais, perdeu sua capacidade de gerar sonhos e utopias, não mobiliza mais as multidões, a não ser em troca de dinheiro, se afastou perigosamente da juventude e hoje está diante de uma encruzilhada. “Temos que definir se queremos salvar a nossa pele e os nossos cargos ou se queremos salvar o nosso projeto”, disse Lula.
Leia também: A um passo de Lula: Moro avança rumo ao penúltimo degrau da Lava Jato
O ex-presidente comparou as origens do PT ao Podemos, movimento nascido nas manifestações de rua que elegeu neste ano as prefeitas de Madri e Barcelona, desbancando o centenário PSOE na preferência do eleitorado de esquerda espanhol. “É mais ou menos que nem o PT quando ganhou Diadema em 1982”, comparou Lula, antes de defender uma “revolução interna” que permita ao PT abrir espaços para a participação da juventude que foi às ruas em 2013.
No Congresso do PT encerrado dia 13, na Bahia, diversos setores encaminharam propostas de mudanças expressivas nas práticas partidárias, entre elas o rompimento da coligação com o PMDB em troca de uma aliança popular com movimentos de rua e a sociedade organizada. No final a corrente integrada por Lula atropelou os descontentes e aprovou um documento final considerado tímido pelos petistas que cobravam mudanças capazes de tirar o PT do “volume morto”, na expressão do próprio ex-presidente.
Nesta segunda-feira (22), Lula cobrou publicamente uma mudança efetiva criticando a estrutura do partido. “Não sei se o defeito é nosso, se o defeito é do governo. Mas eu acho que o PT perdeu um pouco a utopia. Hoje a gente só pensa em cargo, em emprego em ser eleito. Ninguém hoje trabalha mais de graça”, afirmou.
De acordo com Lula, o PT perdeu a capacidade de mobilização e hoje depende da estrutura dos mandatos parlamentares para levar gente às ruas. “Hoje se os candidatos não liberarem as pessoas dos gabinetes deles ninguém vai porque as pessoas só querem ir ganhando. Isso é um vício de um partido que cresceu e chegou ao poder”, disse.
Segundo o ex-presidente, aos 35 anos o PT já demonstra fadiga e precisa urgentemente de sangue novo. A fala de Lula foi recebida com palmas pela plateia formada por dirigentes petistas, os ministros Juca Ferreira (Cultura) e Renato Janine Ribeiro (Educação) e integrantes de movimentos sociais tradicionais (Movimento dos Sem Terra) e recentes (Levante Popular da Juventude e Fora do Eixo).
Leia também:Dilma desmente boatos de que estava internada após tentar suicídio
Fonte: Estadão
Menos de dez dias depois de o PT realizar seu 5º Congresso Nacional, em Salvador, onde decidiu manter o status quo partidário frustrando os setores que esperavam por mudanças radicais, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez uma das mais duras críticas públicas à legenda que ajudou a fundar há 35 anos e o levou ao poder nacional.
Em palestra ao lado do ex-primeiro-ministro da Espanha Felipe Gonzalez, Lula disse que o PT está velho, viciado em poder, apegado a cargos, empregos e vitórias eleitorais, perdeu sua capacidade de gerar sonhos e utopias, não mobiliza mais as multidões, a não ser em troca de dinheiro, se afastou perigosamente da juventude e hoje está diante de uma encruzilhada. “Temos que definir se queremos salvar a nossa pele e os nossos cargos ou se queremos salvar o nosso projeto”, disse Lula.
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O ex-presidente comparou as origens do PT ao Podemos, movimento nascido nas manifestações de rua que elegeu neste ano as prefeitas de Madri e Barcelona, desbancando o centenário PSOE na preferência do eleitorado de esquerda espanhol. “É mais ou menos que nem o PT quando ganhou Diadema em 1982”, comparou Lula, antes de defender uma “revolução interna” que permita ao PT abrir espaços para a participação da juventude que foi às ruas em 2013.
No Congresso do PT encerrado dia 13, na Bahia, diversos setores encaminharam propostas de mudanças expressivas nas práticas partidárias, entre elas o rompimento da coligação com o PMDB em troca de uma aliança popular com movimentos de rua e a sociedade organizada. No final a corrente integrada por Lula atropelou os descontentes e aprovou um documento final considerado tímido pelos petistas que cobravam mudanças capazes de tirar o PT do “volume morto”, na expressão do próprio ex-presidente.
Nesta segunda-feira (22), Lula cobrou publicamente uma mudança efetiva criticando a estrutura do partido. “Não sei se o defeito é nosso, se o defeito é do governo. Mas eu acho que o PT perdeu um pouco a utopia. Hoje a gente só pensa em cargo, em emprego em ser eleito. Ninguém hoje trabalha mais de graça”, afirmou.
De acordo com Lula, o PT perdeu a capacidade de mobilização e hoje depende da estrutura dos mandatos parlamentares para levar gente às ruas. “Hoje se os candidatos não liberarem as pessoas dos gabinetes deles ninguém vai porque as pessoas só querem ir ganhando. Isso é um vício de um partido que cresceu e chegou ao poder”, disse.
Segundo o ex-presidente, aos 35 anos o PT já demonstra fadiga e precisa urgentemente de sangue novo. A fala de Lula foi recebida com palmas pela plateia formada por dirigentes petistas, os ministros Juca Ferreira (Cultura) e Renato Janine Ribeiro (Educação) e integrantes de movimentos sociais tradicionais (Movimento dos Sem Terra) e recentes (Levante Popular da Juventude e Fora do Eixo).
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Fonte: Estadão
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