16 de junho de 2015

Notícia - Budistas protestam contra migrantes muçulmanos em Mianmar

Centenas de budistas nacionalistas protestaram contra a ajuda dada pelas autoridades aos migrantes resgatados no Golfo de Bengala

Centenas de budistas nacionalistas do estado de Rakhine, em Mianmar, protestaram neste domingo (14) contra a ajuda dada pelas autoridades aos migrantes resgatados no Golfo de Bengala.

O estado de Rakhine, um dos mais pobres de Mianmar, reflete as tensões neste país entre a maioria budista e os muçulmanos rohingyas, uma das minorias mais perseguidas no mundo, segundo a ONU.

Cerca de 120 pessoas morreram em 2012 no conflito interreligioso entre essas comunidades. A atual crise dos bengaleses e rohinghyas que se lançam ao mar para escapar da pobreza ou perseguição exacerbou ainda mais as tensões.

Cerca de 500 pessoas – às quais se somaram dezenas de monges – se reuniram neste domingo na capital regional Sittwe, indicou por telefone à AFP uma testemunha, cujo relato foi confirmado pelos organizadores da manifestação. Outras marchas de protesto aconteceram em dezenas de cidades do estado.

Os manifestantes também distribuíram panfleto com dizeres racista contra os muçulmanos

“Protestamos contra os bengaleses que foram enviados para o estado de Rakhine”, disse Htay Aung. A maioria dos birmaneses, incluindo o governo, usa o termo ‘bengaleses’ para designar os rohingyas, que consideram como imigrantes da vizinha Bangladesh.

Cerca de 4.500 migrantes rohingyas ou bengaleses chegaram recentemente em países vizinhos mais ricos. Segundo a ONU, cerca de 2.000 permanecem em barcos à deriva ou são mantidos como reféns por traficantes de seres humanos.

Devido à pressão internacional, a marinha birmanesa juntou-se às operações de resgate e socorreu cerca de 900 imigrantes famintos, que foram trazidos para o estado de Rakhine.

Um panfleto distribuído entre os manifestantes domingo chama os manifestantes a “proteger o futuro de Rakhine” contra os “Kalar”, um termo racista para os muçulmanos em Mianmar.

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Fonte: AFP/MSN

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