A pena de morte com execuções em público é algo comum na Arábia Saudita. Nesta terça-feira (23) foram mortas 37 anunciou o ministério do Interior saudita. Uma delas foi crucificada.
Os réus eram acusados pelo governo de “adotar pensamento terrorista extremista” e de serem parte de “células terroristas”. Todos eram muçulmanos xiitas, grupo que se diferencia nas práticas do wahabismo sunita, grupo dominante na Arábia Saudita.
Além das cidades sagradas de Meca e Medina, os acusados foram executados na capital Riad, na região sunita de Al Qasim e na Província Oriental, onde predominam os xiitas.
Oficialmente, o reinado saudita executou mais de cem pessoas este ano. Via de regra, as mortes são por decapitação, mas a crucificação é usada para punir autores de crimes “mais graves”.
Organizações de defesa dos direitos humanos vêm denunciando o aumento das execuções públicas na Arábia Saudita desde que o príncipe Mohammed bin Salman assumiu o poder. Os números indicam que dobraram os mortos pelo Estado.
A Anistia Internacional (AI) lembra que os sauditas justificam a prática com sua interpretação literal da lei religiosa islâmica, a sharia.
A Alta Comissária da ONU para os Direitos Humanos, Michelle Bachelet, criticou as “espantosas” execuções em massa, pontuando que pelo menos três dos 37 executados eram menores de idade.
Em um comunicado, ela pediu que o governo saudita “revise imediatamente sua lei antiterrorista […] para proibir a pena capital para menores”.
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