Um estudo inédito revelou que perfis falsos em redes sociais foram utilizados para divulgar mensagens de três candidatos ao Planalto nas eleições presidenciais de 2014 no Brasil. O levantamento foi realizado pela diretoria de Análise de Políticas Públicas da Fundação Getulio Vargas (FGV) e divulgado no ‘Fantástico’ nesse domingo (25).
Os pesquisadores analisaram tuítes publicados durante as eleições de 2014 e identificaram que centenas de robôs compartilharam conteúdos relacionadas às campanhas de Dilma Rousseff (PT), Aécio Neves (PSDB) e Marina Silva (então filiada ao PSB, hoje da Rede)
“Se você pensar numa eleição disputada no limitezinho, no final dela, com dois candidatos muito próximos, se você conseguir uma distorção de 2%, 3%, isso pode significar a vitória de um em detrimento de outro. E isso muda muita coisa”, explicou Marco Aurélio Ruediger, diretor de Análise de Políticas Públicas da FGV.
Apesar de o levantamento não encontrar fake news, esta é uma das preocupações dos especialistas para as eleições deste ano. Nas mensagens divulgadas haviam frases positivas sobre os três candidatos, além de reproduções de links de sites das campanhas deles.
Pelas métricas do Twitter, quanto mais mensagens são publicadas sobre um mesmo assunto, mais popular o conteúdo fica e se torna “trending topic”.
A análise mostrou que 509 robôs replicaram links dos sites da campanha de Dilma, incluindo um link para baixar o jingle da candidata, que foi compartilhado por contas com fotos idênticas e identificações parecidas, o que indica que são robôs, segundo especialistas.
No caso de Aécio, foram 699 robôs. Os especialistas encontraram um padrões, como usuários com a mesma foto de perfil e inscrições em russo.
“Isso daí nos leva a suspeição que talvez tenham sido contratados serviços em fábricas de robôs no exterior e principalmente na Rússia ou na Ucrânia”, explicou Ruediger.
Os mesmos perfis que divulgaram informações pró-Aécio também compartilharam posts da Marina Silva. Essas contas falsas teriam gerado mais de 773 mil publicações.
De acordo com o advogado e coordenador do Centro de Tecnologia e Sociedade – FGV, Pablo Cerdeira, em entrevista ao ‘Fantástico’, contratar robôs para fazer campanha política é ilegal. A difusão de informação repetida em massa, e em grande escala, cria distorções no processo de escolha do candidato.
Segundo a equipe da FGV, os conteúdos compartilhados por robôs foram produzidos por empresas que trabalharam nas campanhas de Dilma e Aécio, além de prestarem serviços para os três partidos.
O outro lado
Em nota, a ex-presidente Dilma afirmou que “em nenhuma de suas campanhas, em 2010 e 2014, contratou ou autorizou que fossem contratados serviços relativos a perfis e notícias falsos ou o uso de robôs”.
Aécio, também em nota, garantiu “que a campanha do PSDB em 2014 não usou robôs nem autorizou que qualquer empresa ou pessoa o fizesse”.
Já Marina Silva afirma que chegou a denunciar os robôs assim que “uma movimentação atípica de tuítes a favor dela foi detectada pela própria equipe, em 2014″.
O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) afirmou “que tem se empenhado em compreender e mapear os efeitos de conteúdos sabidamente falsos nas eleições para definir um curso de ação”.
O Twitter explicou que “as regras da rede social proíbem o uso de robôs mal-intencionados” e que “está desenvolvendo ferramentas para combater o uso de contas que violam as políticas”.
Fonte: Notícias ao Minuto
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Os pesquisadores analisaram tuítes publicados durante as eleições de 2014 e identificaram que centenas de robôs compartilharam conteúdos relacionadas às campanhas de Dilma Rousseff (PT), Aécio Neves (PSDB) e Marina Silva (então filiada ao PSB, hoje da Rede)
“Se você pensar numa eleição disputada no limitezinho, no final dela, com dois candidatos muito próximos, se você conseguir uma distorção de 2%, 3%, isso pode significar a vitória de um em detrimento de outro. E isso muda muita coisa”, explicou Marco Aurélio Ruediger, diretor de Análise de Políticas Públicas da FGV.
Apesar de o levantamento não encontrar fake news, esta é uma das preocupações dos especialistas para as eleições deste ano. Nas mensagens divulgadas haviam frases positivas sobre os três candidatos, além de reproduções de links de sites das campanhas deles.
Pelas métricas do Twitter, quanto mais mensagens são publicadas sobre um mesmo assunto, mais popular o conteúdo fica e se torna “trending topic”.
A análise mostrou que 509 robôs replicaram links dos sites da campanha de Dilma, incluindo um link para baixar o jingle da candidata, que foi compartilhado por contas com fotos idênticas e identificações parecidas, o que indica que são robôs, segundo especialistas.
No caso de Aécio, foram 699 robôs. Os especialistas encontraram um padrões, como usuários com a mesma foto de perfil e inscrições em russo.
“Isso daí nos leva a suspeição que talvez tenham sido contratados serviços em fábricas de robôs no exterior e principalmente na Rússia ou na Ucrânia”, explicou Ruediger.
Os mesmos perfis que divulgaram informações pró-Aécio também compartilharam posts da Marina Silva. Essas contas falsas teriam gerado mais de 773 mil publicações.
De acordo com o advogado e coordenador do Centro de Tecnologia e Sociedade – FGV, Pablo Cerdeira, em entrevista ao ‘Fantástico’, contratar robôs para fazer campanha política é ilegal. A difusão de informação repetida em massa, e em grande escala, cria distorções no processo de escolha do candidato.
Segundo a equipe da FGV, os conteúdos compartilhados por robôs foram produzidos por empresas que trabalharam nas campanhas de Dilma e Aécio, além de prestarem serviços para os três partidos.
O outro lado
Em nota, a ex-presidente Dilma afirmou que “em nenhuma de suas campanhas, em 2010 e 2014, contratou ou autorizou que fossem contratados serviços relativos a perfis e notícias falsos ou o uso de robôs”.
Aécio, também em nota, garantiu “que a campanha do PSDB em 2014 não usou robôs nem autorizou que qualquer empresa ou pessoa o fizesse”.
Já Marina Silva afirma que chegou a denunciar os robôs assim que “uma movimentação atípica de tuítes a favor dela foi detectada pela própria equipe, em 2014″.
O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) afirmou “que tem se empenhado em compreender e mapear os efeitos de conteúdos sabidamente falsos nas eleições para definir um curso de ação”.
O Twitter explicou que “as regras da rede social proíbem o uso de robôs mal-intencionados” e que “está desenvolvendo ferramentas para combater o uso de contas que violam as políticas”.
Fonte: Notícias ao Minuto
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