O Brasil é o segundo maior consumidor de cocaína do mundo e os voos comerciais procedentes do país rumo à África têm sido importantes para fazer a droga chegar à Europa, anunciaram nesta quarta-feira (2) as Nações Unidas.
“O Brasil é o segundo consumidor (de cocaína) por volume, não por renda, porque os preços lá são mais baixos porque os brasileiros não têm dinheiro suficiente para pagar um preço alto”, informou a Junta Internacional de Fiscalização de Entorpecentes (JIFE), organismo das Nações Unidas, em um estudo referente ao ano de 2015.
O organismo destacou que o oeste da África é uma das regiões-chave do mercado mundial de drogas, que funciona como ponte para os entorpecentes procedentes da América do Sul com destino à Europa.
O informe da JIFE destaca a importância dos voos comerciais provenientes do Brasil com destino a esta região africana para fazer a droga chegar à Europa.
O Marrocos, em particular, está modificando seu papel no panorama internacional do narcotráfico, com a diminuição, desde 2012, da apreensão de haxixe (resina de maconha) e do aumento do transporte aéreo de cocaína.
Ainda de acordo com o informe, a América Central recebe parte da cocaína por via aérea procedente da fronteira entre a Colômbia e a Venezuela.
“A região da América Central e do Caribe continua sendo um importante fornecedor de maconha e uma rota de trânsito da cocaína destinada à América do Norte e à Europa”, destacou a JIFE.
“Continua-se traficando cocaína da zona fronteiriça entre Colômbia e Venezuela para pistas de pouso situadas na América Central e no Caribe”, acrescentou o texto, após ressaltar que a região sofre com a violência ligada ao narcotráfico.
No Mar do Caribe também “continuam sendo usadas rotas marítimas mais consolidadas que atravessam o Haiti e a República Dominicana”, acrescentou. “Organizações localizadas ao longo da costa caribenha do Panamá coordenam a recepção de lanchas rápidas de várias organizações da Colômbia”, lembrou.
Na Colômbia, que se mantém como principal produtor de folha de coca, insumo da cocaína, a JIFE ressaltou o aumento do consumo interno e os problemas vinculados ao tráfico em pequena escala.
“Os problemas de consumo em regiões produtoras de droga acabam sendo sempre muito grandes”, disse o membro da JIFE Francisco Thoumi, ao apresentar o estudo em Bogotá, e deu como exemplo o Paquistão, grande produtor de papoula, base da heroína, e onde “existem atualmente dois milhões de dependentes” deste alcaloide.
Thoumi explicou que a Colômbia tem cada vez mais problemas para colocar a droga no mercado internacional, especialmente afetado pela queda de 20% da demanda de cocaína nos Estados Unidos.
Em 2014, o cultivo da folha de coca aumentou 44% na Colômbia. No Peru e na Bolívia, os outros dois locais onde a planta cresce, os cultivos encolheram, informou a JIFE.
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Fonte: Correio Braziliense
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