Uma nova linha de investigação analisada por pesquisadores da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) pode revelar um cenário ainda mais alarmante em relação à epidemia de zika vírus no país. Um teste feito em laboratório apontou a possibilidade de transmissão também através dos mosquitos de gênero Culex, os pernilongos comuns. Apesar de preliminar, a informação reforça a importância dos cuidados para evitar a proliferação dos insetos.
O estudo foi divulgado, nesta quarta-feira (2), durante o último dia do workshop “A,B,C,D,E do Vírus Zika”, realizado na Fiocruz Pernambuco e que atrai mais de 300 especialistas do mundo. Através de testes em laboratório, os pesquisadores comprovaram a capacidade vetorial dos mosquitos comuns.
Os especialistas infectaram 200 Culex e 200 Aedes aegypti com o vírus e detectaram a presença do zika nas glândulas salivares. “Os mosquitos que circulam por aí podem não estar contaminados. O que ficou provado foi a capacidade vetorial. Os resultados ainda são preliminares e não sabemos se eles transmitem para humanos”, esclareceu a vice-presidente da Fiocruz, a pesquisadora Constância Ayres.
A próxima fase do estudo é analisar os insetos que estão nas ruas. “Vamos começar a fase de campo. A equipe vai coletar cerca de 10 mil mosquitos (Aedes aegypti e Culex) nos bairros com mais incidência em municípios diversos. Só então saberemos se os mosquitos que estão circulando nas ruas estão infectados”, adiantou a pesquisadora. A descoberta ainda não foi publicada, mas o artigo já está pronto. “Só falta submeter”, concluiu Constância Ayres.
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Fonte: Correio Braziliense
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