A revista IstoÉ divulgou nesta quinta-feira (3) matéria exclusiva com detalhes da delação premiada do senador Delcídio Amaral, que teria 400 páginas. Ele citou diversos nomes, entre eles o do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e detalhou os bastidores da compra da refinaria de Pasadena pela Petrobras, entre outros assuntos. As revelações do ex-líder do governo fazem parte de um documento preliminar.
O senador também acusou a presidente Dilma Rousseff de atuar três vezes para interferir na Operação Lava Jato por meio do Judiciário. “É indiscutível e inegável a movimentação sistemática do ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo e da própria presidente Dilma Rousseff no sentido de promover a soltura de réus presos na operação”, afirmou Delcídio na delação, segundo a revista.
Cardozo deixou esta semana o ministério alegando sofrer pressões do PT para interferir na Lava Jato. Ele foi nomeado pela presidente Dilma para a Advocacia Geral da União (AGU).
Ainda de acordo com a revista, outra tentativa da presidente Dilma era a nomeação do desembargador Marcelo Navarro para o Superior Tribunal de Justiça (STJ). “Tal nomeação seria relevante para o governo”, pois o nomeado cuidaria dos “habeas corpus e recursos da Lava Jato no STJ”. Delcídio contou aos procuradores que a estratégia foi discutida com Dilma no Palácio da Alvorada e que sua tarefa era conversar “com o desembargador Marcelo Navarro, a fim de que ele confirmasse o compromisso de soltura de Marcelo Odebrecht e Otávio Marques de Azevedo”, da Andrade Gutierrez.
Delcídio também disse ao MPF que o mentor intelectual da conversa que teve com o filho de Nestor Cerveró foi o ex-presidente Lula. A conversa girava em torno de pagamentos à família de Cerveró e do planejamento de sua fuga, e sua gravação levou às prisões de Delcídio e do banqueiro André Esteves, do BTG Pactual.
A revelação de Delcídio vem a público no mesmo dia em que o IBGE publicou a contração no PIB em 2015 (da ordem de 3,8%) e em meio a um crescente convicção da sociedade — notadamente da classe empresarial — de que o destino da economia, mesmo no curto prazo, está predicado numa solução para o impasse político.
Não se sabe se Delcídio foi capaz de provar aos investigadores o envolvimento de Lula mas, na chocante narrativa dos últimos dois anos, sua delação, se confirmada, parece ser a prova mais indelével a ser levantada até agora sobre a disposição de Lula de frear a Lava Jato.
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Fonte: Veja e Revista IstoÉ
O senador também acusou a presidente Dilma Rousseff de atuar três vezes para interferir na Operação Lava Jato por meio do Judiciário. “É indiscutível e inegável a movimentação sistemática do ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo e da própria presidente Dilma Rousseff no sentido de promover a soltura de réus presos na operação”, afirmou Delcídio na delação, segundo a revista.
Cardozo deixou esta semana o ministério alegando sofrer pressões do PT para interferir na Lava Jato. Ele foi nomeado pela presidente Dilma para a Advocacia Geral da União (AGU).
Ainda de acordo com a revista, outra tentativa da presidente Dilma era a nomeação do desembargador Marcelo Navarro para o Superior Tribunal de Justiça (STJ). “Tal nomeação seria relevante para o governo”, pois o nomeado cuidaria dos “habeas corpus e recursos da Lava Jato no STJ”. Delcídio contou aos procuradores que a estratégia foi discutida com Dilma no Palácio da Alvorada e que sua tarefa era conversar “com o desembargador Marcelo Navarro, a fim de que ele confirmasse o compromisso de soltura de Marcelo Odebrecht e Otávio Marques de Azevedo”, da Andrade Gutierrez.
Delcídio também disse ao MPF que o mentor intelectual da conversa que teve com o filho de Nestor Cerveró foi o ex-presidente Lula. A conversa girava em torno de pagamentos à família de Cerveró e do planejamento de sua fuga, e sua gravação levou às prisões de Delcídio e do banqueiro André Esteves, do BTG Pactual.
A revelação de Delcídio vem a público no mesmo dia em que o IBGE publicou a contração no PIB em 2015 (da ordem de 3,8%) e em meio a um crescente convicção da sociedade — notadamente da classe empresarial — de que o destino da economia, mesmo no curto prazo, está predicado numa solução para o impasse político.
Não se sabe se Delcídio foi capaz de provar aos investigadores o envolvimento de Lula mas, na chocante narrativa dos últimos dois anos, sua delação, se confirmada, parece ser a prova mais indelével a ser levantada até agora sobre a disposição de Lula de frear a Lava Jato.
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