23 de fevereiro de 2016

Noticia: Príncipes sauditas se articulam contra operações militares do reino no Iêmen e na Síria

A luta interna pelo poder na Arábia Saudita tem se acirrado ao longo dos últimos meses, com várias figuras do alto escalão na monarquia se enfurecendo com o envolvimento militar do reino no Iêmen e com uma possível operação terrestre na Síria, segundo observou o analista político francês Alain Rodier em artigo para a revista Atlantico.

O país não vai bem. Além dos baixos preços do petróleo que estão arruinando a economia saudita, a operação militar de Riad no Iêmen, contra os rebeldes xiitas houthis, não mostra sinais de acabar, e o reino começa a perder seus soldados e aviões.

Ao mesmo tempo, a Arábia Saudita parece estar planejando uma operação militar na Síria com a Turquia, segundo Rodier. Em 13 de fevereiro, o governo saudita enviou 30 bombardeiros para uma base militar na Turquia. Enquanto isso, as forças turcas já começaram a bombardear os curdos no norte da Síria, alegando a necessidade de proteger a segurança da Turquia contra “grupos terroristas”.

Se os sauditas decidirem se envolver em uma operação terrestre na Síria, teriam que usar suas forças especiais, segundo observa o analista francês, já que Riad já está usando sua infantaria pesada no Iêmen e perto da fronteira com o Iraque.

Neste caso, ainda segundo Rodier, as forças sauditas ficariam cara-a-cara com os membros da Guarda Revolucionária iraniana que estariam operando na Síria e, então, ninguém poderia prever o que aconteceria em seguida no Oriente Médio.

"A intimidação [provocada] por Mohammad bin Salman [o vice-príncipe herdeiro da Arábia Saudita e ministro da Defesa do país] está começando a irritar muitos outros membros da família real saudita", disse Rodier.

Segundo ele, muitos no governo saudita acreditam que as ações imprudentes do príncipe, particularmente no que diz respeito à sua política agressiva e belicosa na região, podem trazer o caos ao reino.

Assim, se algo acontecer ao atual rei Salman bin Abdulaziz – que, supostamente, está sofrendo de demência e outros problemas de saúde – haverá muitos príncipes prontos para reivindicar o trono.

Em particular, Mutaib bin Abdullah bin Abdulaziz, o atual ministro da Guarda Nacional da Arábia Saudita (que não responde ao Ministério da Defesa) poderia estar disposto a "acalmar" as ambições do príncipe Salman, segundo aponta Rodier.

De acordo com o analista, o chefe da Guarda Nacional poderia fazer uma aliança com o príncipe Muhammad bin Nayef, primeiro vice-primeiro-ministro e ministro do Interior do país. Juntos, os dois poderiam organizar um golpe, facilmente subjugando as Forças Armadas sauditas regulares, caso elas decidam se opor à movimentação.


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Fonte: Sputnik.

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