A exemplo do que tem acontecido com outras investigações de desvio de dinheiro público no país, a justiça autorizou a quebra de sigilo telefônico dos acusados. Neste caso são Fernando Capez (PSDB), presidente da Assembleia Legislativa de São Paulo, o deputado estadual Luiz Carlos Gondim (SD), além dos deputados federais Baleia Rossi (PMDB) e Nelson Marquezelli (PTB).
Nas transcrições das conversas telefônicas, 53 ao todo, surgiram nomes do primeiro escalão do governo de São Paulo, incluindo vários secretários e um ex-secretário do governador Geraldo Alckmin (PSDB). Seriam eles os líderes de uma “máfia da merenda escolar”, que resultou no desvio de pelo menos 25 milhões de reais em 2015.
Por causa de brigas internas, um integrante da Cooperativa Orgânica de Agricultura Familiar (Coaf), que conduzia o esquema, fez a denúncia em uma delegacia de polícia.
A partir daí, a Justiça passou a investigar o caso. No Tribunal de Justiça, o desembargador Sérgio Rui, já pediu à Secretaria de Educação cópia de todos os contratos e pagamentos feitos a cooperativas envolvidas nas investigações.
Entre os presos, estão dirigentes da Coaf, que pagavam propina a servidores do governo paulista e de 22 prefeituras de São Paulo e pelo menos uma no Rio de Janeiro. O gerente de logística da cooperativa, Carlos Luciano Lopes (chamado de Carinho nas gravações), foi preso em janeiro, mas está em liberdade por colaborar com a Justiça.
É dele a conversa com um pastor, divulgada pela Carta Capital. Segundo os documentos ele mostra preocupação com a possibilidade de ser preso por transportar 80 mil reais em propinas.
Decide então ligar para um pastor (cujo nome não foi divulgado e não é investigado), onde relata que está “angustiado” em função da remessa. O pastor responde “não é só você não, amanhã vamos ficar nóis (sic) tudo ansioso esperando a resposta”.
A manchete da Carta Capital diz: “Pastor “abençoou” propina do merendão do PSDB”. Contudo, não fica claro pela transcrição que o pastor sabia que o dinheiro era de propina. Mesmo assim, pelo contexto da conversa fica claro que ambos sabiam que havia ilegalidade no transporte do dinheiro.
“Vou sair daqui com esse negócio desse valor (…) se a polícia me para, por exemplo, abre a bolsa, até você explicar que focinho de porco não é tomada…” afirma Carlinho.
Na chamada realizada no dia 18 de novembro às 17h16, Carlinho pede oração para o pastor, diz esperar a “benção de Deus” e fala em dar “ofertas e dízimos” pois entrou um “dinheiro bom”. O pastor diz apenas que “Deus vai cuidar”.
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Fonte: Carta capital
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