10 de setembro de 2015

Estudo - O martírio de Estevão e sua representatividade para a Igreja

A Bíblia pode ser acessada online
através deste site.Almeida Revista e Atualizada

--Bíblia Nova Tradução na Linguagem de Hoje, da Sociedade Bíblica do Brasil. através deste site
Sem dúvida alguma, a história de Estevão é uma demonstração de um membro do corpo que era renovado e que, por isso, inflamou o mundo e foi recebido aos céus pelo próprio Mestre.

Texto: Atos 7.51-60

Após um discurso esclarecedor proclamado ousadamente por Estevão, diácono na Igreja primitiva, sua morte foi inevitável. Seguindo o modelo de pregação apostólico, ousado e inflamado,o diácono,que foi o primeiro mártir da Igreja,se viu sendo aceito por Deus por sua entrega incondicional no altar e pelo papel que sua morte teria para a Igreja em seu caráter missionário.


1-Uma Pregação seguida de sangue:

A unção que estava sobre Estevão no exercício do diaconato, levou-o não somente a servir à mesa (6.1,3), mas, lhe motivou a ser fiel testemunha de forma integral ao ministério (6.8). Tal confirmação do ministério,porém,levou os religiosos a perseguirem este servo de Cristo,cumprindo as Palavras do Mestre(Mt.10.24-25).Tão certa era a perseguição, que Jesus a mostrou de forma clara e objetiva(Lc.21.12) e foi justamente o que aconteceu com Estevão e os fiéis servos de Deus no início da Igreja,com aqueles que decidiram viver a fé de forma completa e não pela metade,com aqueles que assumiram a fé corretamente(2Tm.3.12).

Analisando a pregação de Estevão, percebemos que era digna de todo o ódio e rancor daqueles que se diziam filhos de Abraão, pois era fundamentada na mensagem de Cristo (Mt. 10.27-28). Tomando por base a justiça de Deus,contida na mensagem de Jesus,vemos que a resposta natural das trevas é certamente a oposição e resistência à luz,pois,esta, incomoda as trevas,quando suas obras são manifestas (Jo.3.19). Pregando daquela forma tão incisiva e poderosa no Espírito, a perseguição era inevitável. Vejamos o que caracterizou a mensagem de Estevão:

Uma iniqüidade que já estava arraigada em Israel (7.41-43): A pregação que foi proclamada aos israelitas, os trouxe à memória a história dos patriarcas e sua inclinação a ouvir e aceitar, pela fé, as ordens de Deus. Envolveu ainda,o inicio de sua apostasia como povo de Deus,para seguir seus próprios deuses.No deserto,Israel adotou práticas e credos que os afastaram de Deus (v.42) e essa era justamente a situação daqueles a quem a mensagem era direcionada (v.51b);
Uma geração de incircuncisos (7.51-53): Quando pregou, Estevão viu-se na mesma situação dos profetas do AT quando Deus os enviava e os perseguiam. A marca do verdadeiro profeta tornou-se, então, a perseguição por parte de um povo incrédulo e de coração que não se dobrava à voz do Espírito.Era a incredulidade e a resistência ao Espírito que os levava à insubmissão à voz profética;
Quebra no chamado como povo escolhido (7.53): A ordenação divina ao povo israelita incluía também guardar e zelar pela Palavra de Deus. A ira de Deus se acendeu sobre os israelitas pois,entre outras coisas,não tomou cuidado na Palavra.

2-Os céus abertos:

Após aquele discurso poderoso, o furor dos religiosos acendeu-se contra o pregador fiel (7.54). Muitos sem dúvida,se converteram a Cristo naquele dia e foram acrescidos ao Corpo,a Igreja.Estevão,após todo aquele mover apostólico,teve o último grande privilégio de sua vida:contemplar a Cristo glorificado(7.55),reconhecendo que tudo aquilo que fora dito e realizado agradou a Deus e estava em conformidade com o Espírito Santo.No momento que o homem de Deus olha para Cristo,todos seus temores caem por terra e é iluminado por Deus,que confirma plenamente sua presença e a vitória ao Seu povo(Sl.34.5).Uma vez que a presença de Deus revelou-se a Estevão,a força do SENHOR revestiu este a fim de que fosse capaz de ser morto por sua crença(Hc.3.4).

Quando Estevão assume ser testemunha da ressurreição, sem medo ou temor, mas com fé e confiança, desprezando aquilo que poderia lhe ocorrer, naquele momento Cristo o aceitou diante de Deus e o confirmou como servo fiel e justo (Lc. 12.8). A garantia de que ser perseguido por causa do Evangelho nos assegura galardão é mantida por Deus a todos nós(2Tm.2.12).Como Estevão podemos receber de Deus esta certeza que nos possibilita passarmos pelas dificuldades com a nossa benção nas mãos a cada dia(Rm.8.18).

3-“O Sangue Dos Mártires é o Fermento da Igreja”:

Como nesta frase de Tertuliano, um dos motivos que leva ao crescimento da Igreja, é, sem dúvida, a perseguição. A morte de Estevão trouxe à Igreja uma nova dimensão em seu caráter missionário e na colheita das almas para o Reino.Em todos os momentos que a perseguição se manifesta,traz ao coração da Igreja algumas certezas espirituais que por qualquer motivo estavam esquecidas.É o avivamento.Traz consigo a sensação de que o tempo da volta do Senhor é este,justamente pela perseguição que assola a Igreja.

No capítulo 8 de Atos, vemos o alcance do Evangelho a Judéia e Samaria por parte de pessoas anônimas, crentes comuns que, movidos pelo Espírito anunciavam a mensagem de Jesus por onde quer que fossem (8.4). Quando falamos que o mover apostólico traz o destaque às teologias menos apreciadas pelos crentes,queremos dizer que a certeza da volta de Jesus torna-se mais patente a nós todos, por isso que os dispersos anunciavam a Palavra,era a percepção que o dia do SENHOR estava por vir.Com a chuva de Deus caindo sobre os crentes,isto é,a certeza da veracidade da Palavra,a colheita nos seria(será) possível(Dt.11.14).Ou seja,o nosso fruto como povo de Deus(a salvação dos perdidos) não seria frustrado(Ml.3.11).

A dispersão trazida pela morte de Estevão proporcionou à Igreja uma nova dimensão evangelística não como um ato planejado, mas, um resultado de toda aquela perseguição que assolou os crentes. É,portanto,incorreto afirmar que os crentes ‘fugiram’ pois não tinham fé ou mesmo porque desconheciam o poder de Cristo como intercessor nosso,pois havia um propósito espiritual da parte de Deus nessa dispersão dos crentes(Jo.3.8).O Espírito guiou a cada um pelo caminho que deviam trilhar a fim de que a mensagem evangélica fosse propagada,não pelos apóstolos,nessa ocasião, mas por crentes anônimos que ouviram o som do vento que os conduziu para o local designado por Deus.

4-O Resultado do Martírio:

Estevão talvez não imaginasse o que representava o sangue de um crente derramado em glórias a Deus. Muitos podem questionar o fato de Deus permitir que esse tipo de coisas aconteçam com um servo fiel,mas,no mundo espiritual isso tem resultados profundos e intensos.A bíblia não deixa dúvidas do resultado que a morte de Estevão deixou para nós enquanto corpo de Jesus.

Seguida a morte de Estevão de intensa perseguição, o jeito foi migrar para terras distantes de Jerusalém, os que optaram migrar estavam, sem saber, sendo instrumentos de Deus para evangelização dos povos. A bíblia relata que os que fugiram por esta perseguição foram missionários na Fenícia,Chipre e Antioquia. Quando aqueles crentes fincaram suas estacas nestes locais estabeleceram ali uma extensão do Reino de Deus (At.11.19).A prosperidade foi tão tremenda que alcançaram não só judeus,mas,também,os gentios(11.20-21).

5-Conclusão:

Muitos desconhecemos que para todos os propósitos há tempo e modo (Ec. 8.6) e que, da mesma maneira a morte de cada um de nós, servos de Deus, não deve ser vista como algo ruim ou péssimo, mas, parte do propósito de Cristo (Sl. 116.15). Possamos assim como Estevão ser honrados em vida e glorificados na nossa morte.
Por: Gabriel Queiroz

Nenhum comentário:

Postar um comentário